segunda-feira, 3 de março de 2008

Inatividade (apenas) no blog

Por conta de diversas atividades que me exigiram durante 2007 (especialmente trabalho), infelizmente este blog ficou inativo, sem novas postagens.

Aos que, porventura, o buscaram e nada acharam, minhas sinceras desculpas.

A todos os amigos, a vida (e também a postagem, certamente) continua...

sábado, 7 de abril de 2007

Especial Campinas: Pizzaria Pizza D'Oro

Nossa conhecida de outros carnavais. Duas lojas: Cambuí e Norte-Sul. Entrega em casa também.

Pizza honesta, com massa crocante e sabores bem combinados. Muzzarela bem servida.

Alguns sabores são dignos de nota, com ingredientes de primeira qualidade, incluindo manjericão fresco, muzzarela de búfala, vegetais recém colhidos, etc.

Cardápio e comida: nota 8.

Atendimento: nota 6 (falta um pouco de atenção aos garçons).

Média: nota 7.

Especial Campinas: Bouquet Garni

Estamos eu e minha esposa em Campinas, visitando meus sogros. Como, pelo menos por alguns dias, aqui passou a ser nossa casa, avaliamos algumas casas daqui.

A primeira delas, um restaurante à beira de um pesqueiro: Bouquet Garni. Obviamente, com uma entourage focada em peixes e frutos do mar.

Para chegar: pegue a avenida rumo a Sousas e vá por ela a vida inteira. Após ter atravessado a maior parte de Sousas, cruze a pontezinha e vire à esquerda na primeira rua. Siga até passar a Merck, Sharp & Dome. Continue pela ruazinha de terra; após 200 metros, você chegou.

A proposta da casa é uma cozinha focada mais em temperos e menos em "peso" dos pratos. Nessa ótica, atinge seus objetivos.

Servimo-nos de dois pratos de endurance da casa: Linguado a Belle Menieure e Salmão ao Maracujá.

Ao que nos parece, o dono / chef da casa deve ser hipertenso.

Guarnições, sem sal.

Linguado, sem sal (muito embora as ervas do tempero lhe dessem um sabor único, leve e especial).

O salmão, que demandava um molho mais marcante (por conta da natureza do salmão de ser uma carne "insípida"), veio com um molho adocicado.

Enfim, as combinações dos pratos remetiam a experiências inovadoras; entretanto, nesse caso, a inovação se sobrepôs ao prazer. De toda forma, por suas características especiais, é uma casa a ser visitada e, para os que apreciarem um tempero mais leve e inovador, ser apreciada.

O ambiente e atendimento é um capítulo à parte. Garçons atenciosos e que conheciam os pratos de seu cardápio. Ambiente limpo e com uma rusticidade ímpar. Vista fabulosa. Entretanto, apesar da cortesia onipresente, tudo muito impessoal. Preços? Padrão paulista (e não, isso não é uma coisa boa).


Cardápio e comida: nota 7.

Atendimento: nota 8.

Média: nota 7,5.

Atualizações do blog

Gostaria de pedir desculpas aos meus 8 fiéis leitores pelos 15 dias sem atualizações. Infelizmente, o ritmo de trabalho nessas duas semanas foi infernal e não permitiu que eu me dedicasse a qualquer outra coisa que não o bendito trabaaaaaalho...

Agora, em ritmo de feriado, a vida volta ao que sempre deveria ser (pelo menos por enquanto).

Assim, retomamos nossa programação normal.

terça-feira, 20 de março de 2007

Cafés: Lucca e Exprex

Pela primeira vez, farei um post "dois em um". Apresento dois cafés que, além do tradicional atendimento barista, também servem lanches e almoço.

O Lucca Cafés Especiais aqui avaliado, muito embora pertença a uma rede, é o antigo Café Ritz, no começo da Ebano Pereira, quase esquina com XV de Novembro. O Exprex, na Praça Santos Andrade, proximo ao Hotel Mabu.

Ambos se equivalem, têm atendimento prestativo, muito embora o Exprex repouse mais no atendimento dos proprietários e o Lucca dependa quase exclusivamente de garçons e garçonetes profissionais. Entretanto, tanto uma como outra opção resultam em qualidade de atendimento digna de nota.

As refeições de almoço, conquanto sejam simples (tradicionalmente, pratos de massa, salada, carnes e guarnições acompanhando), são preparadas com esmero, incluindo molhos refinados e atendendo a padrões de ponto e tempero.

Tem apenas 30 minutos para almoçar? Procure um deles e estará bem servido. Quando houver fila, tenha um pouco de paciência; a espera vale a pena.

Por fim, um pedido meu, um pouco mais difícil de atender (reconheço): seja tolerante com os advogados e estudantes de direito (estes, mais no Exprex) que atulham ambas as casas. Advogado também é gente (embora se tenha razões para duvidar disso...).

Exprex:

Cardápio e comida: nota 7.

Atendimento: nota 7.

Média: nota 7.


Lucca (antigo Ritz):

Cardápio e comida: nota 8
(por conta das opções de café).

Atendimento: nota 6
(a demora no atendimento às vezes pode ser um pouco maior, sem compensação no conforto dispensado).

Média: nota 7.

Feedback de avaliações

Hoje fui contatado pelo dono de um restaurante que, em minha visita, não foi tão bem avaliado. Por motivos éticos, não irei revelar o nome do restaurante.

Ele explicou que tem um procedimento de acompanhamento de cumprimentos, sugestões e críticas de seus clientes e que acreditava que uma nova visita poderia fazer minha opinião mudar.

Até acredito que ele esteja certo; não tenho a pretensão de que minha opinião seja final, conclusiva e exaustiva sobre tudo e todos em termos de gastronomia em Curitiba.

Entretanto, em minhas análises, parto de um pressuposto (que, ainda que não se concorde com ele, é adotado pela maioria dos restauranteurs), o da consistência. O que significa isso? Que o mesmo prato servido hoje, ao ser preparado e servido daqui a 10 anos, deve ter o mesmo sabor e aparência do de hoje - salvo, é claro, se for melhorado.

Em minha opinião, é isso que faz e define um bom restaurante; altos e baixos implicarão em um serviço irregular - o que, certamente, produzirá alguns clientes descontentes. A constância no bom atendimento, na boa escolha de cardápio, na boa produção de ambiente e na boa comida fará que um restaurante seja reconhecido como excelente: afinal de contas, praticamente não haverá clientes descontentes (e os que houver serão a exceção).

Por isso é que, em meu entender e proceder, uma única visita é suficiente para definir a qualidade de um bom restaurante; o prato bem servido hoje deverá ser bem servido em outra oportunidade. Entretanto, o prato mal servido hoje não será obliterado por outro prato, servido em outra ocasião ou a outro cliente.

Concorda com este método? Discorda? Dê seu comentário.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Maggiore

Restaurante do Parque Barigui.

A vista, obviamente, é maravilhosa e o ambiente é bem construído. Pena que os garçons põem isso a perder. O atendimento é fraco e, mesmo depois de uma intimada, não melhora.

O cardápio engloba diversas opções, incluindo massas, peixes e carnes. Aos sábados, buffet de feijoada. Fiquemos com estas duas opções (as que mais interessam ao seu caro blogueiro). Ressalto, entretanto, que a variedade do cardápio conta um ponto.

A feijoada: sem sabor. Nada marcante, pelo contrário. As peças de carne mal cozidas e sem absorver o gosto do feijão e seu tempero.

A picanha grelhada: sem sal. Muito "Grill" (o tempero da Maggi), algumas ervas salpicadas levemente, mas sem o gosto característico da carne grelhada e do sal derretido. Mal comparando: chicletes que já perdeu o açúcar.

Vá num dia em que sua maior preocupação seja contar quantos gansos você viu nadando no lago, sem pensar obsessivamente no que vai comer. Aí você não se importará com a comida sem gosto nem com o atendimento seco dos garçons.

Cardápio e comida: nota 5 (apenas por conta da variedade de pratos).

Atendimento: nota 6 (apenas por conta da paisagem e ambiente).


Média: nota 5,5.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Toscana

Um dos poucos restaurantes de "jantar dançante" da cidade. Na entrada do trecho gastronômico de Santa Felicidade.

A comida é sem graça; nada digno de nota ou que se possa recomendar a um amigo, nem para o bem nem para o mal.

Os garçons, por sua vez, são péssimos: dão a impressão de que, ao lhe atender, estão na verdade fazendo um favor. A recepção é indigna da beleza e receptividade da verdadeira Toscana; fazendo um trocadilho pobre, é uma recepção tosquera.

O atendimento é compensado (apenas em parte) por boas escolhas de músicos. Se você estiver precisando de um momento romântico com a sua cara-metade, arme-se de uma boa dose de paciência (para enfrentar recepção e garçons), não espere muita coisa da comida e lance todo seu charme. Com certeza irá funcionar.

Cardápio e comida: nota 6.

Atendimento: nota 6
(apenas por conta da parte musical).

Média: nota 6.

Batel Grill

Rodízio de carnes e outros pratos.

Ambiente fechado, com iluminação ruim e atendimento pior ainda.

Cardápio limitado e carnes fora do ponto. Em suma: ruim.

Fui uma vez e, como diz minha sogra, fui para o resto da minha vida.


Cardápio e comida: nota 4.

Atendimento: nota 5.

Média: nota 4,5.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Ripas e Costelas

Restaurante não tão conhecido, mas tradicional, no final da Silveira Neto (rua que "sai" da Avenida Água Verde, ao chegar na Rua Chile), uma quadra antes da Brigadeiro Franco.

Como o nome diz, especializado em costela: bovina, suína e ovina. Sem preconceitos, a do "Ponta de Costela" é melhor; entretanto, a carne do "Ripas e Costelas" é excelente e não fica a dever prazer ao cliente.

Da última vez que fui (alguns meses), ainda serviam feijoada aos sábados; a conferir. A feijoada da casa era excelente.

O atendimento é um pouco desatento; um cliente mais perfeccionista poderia se irritar.

Cardápio e comida: nota 8.

Atendimento: nota 5.

Média: nota 6,5.

Velho Madalosso

Sim, estou falando especificamente do VELHO Madalosso - que fica em frente ao Novo. Este, por sinal, só irá ganhar um post seu neste blog quando faltar assunto para todo o resto. Para resumir: pensou em ir ao Novo? Então vá ao Dom Antonio.

Pois bem, voltando ao assunto do post. O Velho Madalosso, como o nome indica, foi a casa que iniciou a tradição dos restaurantes santafelicitadinos, com a comida dita "italiana", baseada no risoto de frango, polenta frita, frango frito e salada ao vinho.

Hoje, entretanto, o Velho Madalosso tornou-se um restaurante classudo e de atmosfera adorável, ainda que em sistema de rodízio (sistema considerado "pagão" por muitos gourmets mas especial para mim).

A casa tem inovado em vários pratos, incorporando massas verdes caseiras e molhos especiais.

Em determinados dias da semana (não me pergunte quais, porque eu não sei), música ao vivo com pianista contratado pela casa. Você não vai se sentir no Scala de Milão, mas certamente será melhor que um velhinho de voz rachada tocando violão e cantando fora de tempo... HEHEHEHEHE...

Algumas mesas estão à meia-luz (indireta), criando uma atmosfera especial para casais. O atendimento, em comparação com o Novo, é muuuuuuuito melhor.

Entretanto, paga-se por tudo isso (comida melhor, atmosfera melhor, atendimento melhor); nada que vá deixar você mais pobre, mas a mordida será maior que no Novo.

Vá, confira, aproveite, namore, delicie-se e, ao final de tudo, comprove que você terá em sua memória uma noite sensacional para sempre relembrar.

Cardápio e comida: nota 8.

Atendimento: nota 8.

Média: nota 8.

terça-feira, 6 de março de 2007

Dom Antônio

Tradicional representante do "frango frito com polenta frita com fígado frito com risoto com salada verde ao vinho". Por meandros de pedigree que fogem ao meu conhecimento, sei que estão no clã Madalosso.

De toda maneira, é um restaurante digno de nota. Certamente menor que o Novo Madalosso (todos em Curitiba são, hehehehe...) mas grandioso mesmo assim (três salões principais mais um ou dois para eventos).

Invertendo minha ordem tradicional, ressalto que o atendimento é primoroso. Lá (ao contrário da estrondosa maioria dos mega-restaurantes santafelicitadinos) você se sente um hóspede, não um cliente.

Fora o conjunto acima citado que é piece de resistànce da casa, constam no cardápio também opções que fariam bonito em qualquer menu. A lasanha de salame é primorosa e são oferecidos diversos molhos (quatro queijos, pesto, etc) acompanhando os tipos de pasta servidos.

No rodízio, também estão incluídas algumas carnes, embora constituam uma nota menor da composição.

Não é um restaurante que faria Celso Freire morrer de inveja (o Boulevard ainda vai ganhar um post nesse blog, não se preocupe), mas é honesto, gostoso e com excelente relação custo / benefício. Recebeu a visita de uma tia do interior? Leve lá que você fará boa figura.


Cardápio e comida: nota 6.

Atendimento: nota 8.

Média: nota 7.

sábado, 3 de março de 2007

Oriente Árabe

Gosta de falafel? Então este é o seu lugar!!

O mesmo se aplica para babaganoush, homus (que eu, pessoalmente, não gosto em geral), kafta, kibe, tabule, esfiha (extremamente crocante!!), arroz com lentilha (ou com aletria), abobrinha recheada e charutos (de parreira e de repolho)...

Local: alto do Largo da Ordem, esquina com a Muricy, no trajeto da feirinha.

Atualmente, é o melhor restaurante de comida árabe da cidade. E o que é melhor: serve em rodízio (embora também haja a opção a la carte); você poderá comer até explodir!!!

Voltando ao falafel: o Oriente Árabe é um dos poucos lugares que o serve sequinho, sem gordura impregnada (o mesmo vale para o kibe).

A kafta é um capítulo à parte. Bem temperada e feita na brasa, é suculenta e com sabor único.

Se você, assim como minha esposa, prefere os pobres vegetais indefesos, também estará bem servido.

Preço extremamente honesto, aproximadamente R$ 20,00 por pessoa (apenas o buffet). Pelo tanto que você poderá comer, meu amigo, é barato... HEHEHEHEHEHE...

Quanto ao atendimento: o ambiente é ótimo, os garçons são bem treinados e atenciosos, mas parece faltar uma certa empatia, algo que diga que você não está ali apenas por estar pagando (o que, por exemplo, você certamente terá no Ponta de Costela).

Há relatos (muito embora nunca tenha acontecido comigo, portanto não posso confirmar) de a salada ser mal servida (com sujeiras). Se é lenda ou não, só o tempo dirá. Entretanto, a mera possibilidade de tal ocorrência tira um ponto da casa.

Em determinadas noites (não me pergunte quais, porque eu não sei), há exibições de dança do ventre. Se puder, aproveite.

E, para todos os efeitos, se você é brimo, após uma refeição no Oriente Árabe poderá dizer que já viveu tudo que esta vida poderia oferecer e pedir, com toda tranquilidade, que Allah o leve para seu paraíso - porque apenas lá você sentirá prazer superior ao desse falafel...

Cardápio e comida: nota 9.

Atendimento: nota 8.

Média: nota 8,5.

Feijoada do Passeio

Todo sábado no Restaurante do Passeio (em tempos idos, era o "Lá no Pasquale"), no Passeio Público.

Em que pese o "ambiente" um pouco pesado pelos habituès do Passeio Público, a feijoada aos sábados é um prato digno de nota.

Há alguns anos, houve um boom de buffets de feijoada, que foram pouco a pouco minguando. Este do Passeio é um dos highlanders.

Os acompanhamentos são bem feitos (incluindo o torresminho, sequinho e pururuca) e as carnes são de excelente qualidade (as cumbucas são, individualmente, de orelha, rabo, pé, charque, costelinha defumada, lombo, calabresa e paio, além de uma apenas para o feijão). Falta, entretanto, uma cumbuca apenas de caldo, misturando um pouco do sabor específico de cada carne, para ser servida como finale sobre o prato. Também o feijão é feito com pouco sal; fica devendo.

O atendimento é beeem tosquera. Os garçons, embora gentis, são pouco treinados e podem te fazer esperar um booooom tempo por uma mísera coca cola. Dê uma intimada que eles melhoram.

Pelo preço (R$ 16,00 por pessoa, apenas o buffet) é a feijoada com melhor custo benefício da cidade. Muito embora os seus frequentadores o desabonem, o Passeio Público continua muito bonito.

Cardápio e comida: nota 7.

Atendimento: nota 6.


Média: nota 6,5.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Preços de restaurante

Recebi pedidos, da minha querida audiência de 17 leitores, de informar valores médios dos pratos nas casas avaliadas neste blog.

Ainda não me decidi a esse respeito, muito embora possa adotar essa prática doravante.

Entretanto, apesar de saber que a dor no bolso é um fator a ser considerado na escolha do restaurante, minha opinião até agora é que o prazer de comer bem afasta qualquer angústia pela chegada da conta.

De toda forma, sei que essa não é uma opinião universal e que há quem escolha o restaurante pelo preço.

Então, como uma forma de tranquilizar meus queridos leitores, informo que todos os restaurantes avaliados têm um custo médio por pessoa, incluindo refeição, bebidas (sem vinho ou destilados), couvert e 10%, entre R$ 15,00 e R$ 40,00.

Spaghetto

Visconde do Rio Branco, esquina com Carlos de Carvalho.

Além de ser um lugar formidável, guarda lembranças bastante queridas. Foi onde comemorei o pedido de casamento de minha esposa, onde comemoramos nosso casamento civil, entre outras datas especiais. Tentarei ser objetivo na análise desse restaurante, sem deixar que ela seja distorcida por minhas emoções.

O couvert do local é uma festa à parte. Até hoje tento "adivinhar" os ingredientes do patêzinho servido - já identifiquei azeitonas, alho, cheiro verde, berinjela e creme de maionese. Mas tenho certeza que ainda falta algo, porque o que eu faço em casa não fica igual.

As massas, sempre bem servidas e no ponto. Os molhos, muito bons.

O senão é que o cardápio não oferece massas assadas. Entretanto, o menu de pasta oferece todos os seus tipos possíveis e imagináveis, inclusive conchiglione, farfalle, tagliatelle, fusilli e outras.

Outras opções são as lasanhas e os pratos com carne. Aliás, o prato "padrão" do local é o Filé Spaghetto, com tagliatelle massa verde, molho ao pesto e mignon alto.

Eu, pessoalmente, sou fã do molho alfredo da casa. Recomendo.

Por fim, o atendimento é um capítulo à parte. Façam o possível para serem atendidos pelo velhinho da casa; não se arrependerão. À noite, uma mesa no subterrâneo, com meia luz, será fatal, se é que vocês me entendem.

Cardápio e comida: nota 8.

Atendimento: nota 8.

Média: nota 8.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Saanga Grill

Avenida Iguaçu, 200 metros antes da rápida para o Centro.

Atendimento muito atencioso e gentil; entretanto, com a marcha a ré engatada e o freio de mão puxado. Prepare-se para sentir-se na Bahia, em RDC (Rotação Dorival Caymmi).

Guarnições excelentes e passíveis de alteração no preparo (a pedido). Mas as carnes...

Problema sério para acertar o ponto e o tempero. Ou vem esturricada de tão passada, ou vem crua (literalmente).

Sal também é uma dificuldade.

Parece haver um problema no corte da picanha: eles optam por peças com uma capa de gordura extremamente grande (além do normal). Com isso, o gosto de gordura queimada impregna a carne (embora sirva para deixá-la macia, ao mesmo tempo) e o tempero e o sal se dissipam.

À parte tais questões, o cardápio (a la carte, o que é um defeito quando se gosta de comer muito) oferece opções a todos os gostos e com os mais nobres cortes bovinos.

Cardápio e comida: nota 7.

Atendimento: nota 6.

Média: nota 6,5.

NapolitanArena

Na Arena da Baixada.

Tem o melhor cardápio de carnes (cortes bovinos nobres, cortes suínos, cortes ovinos), mais um excelente buffet de saladas e frios. Simplesmente impecável, tanto na abrangência como na qualidade.

O atendimento, entretanto, é péssimo. Depõe contra a alegria que todo atleticano ostenta. Prepare-se para ser tratado mal desde a porta até à hora de pagar a conta.

Cardápio e comida: nota 10.

Atendimento: nota 2.

Média: nota 6.

Au Au

Tradicional reduto pós (ou pré) balada. Embora existam diversas lojas, a mais conhecida é na Carlos de Carvalho, logo após a Desembargador Motta.

O catchorro é famoso, mas sem tanta razão. O pão é mole e os acompanhamentos deixam o lanche frio. A solução seria prensar o pão (e apenas o pão!!) antes de montar, mas não o fazem.

E, quando o fazem (a pedido), deixam o pão igual cartolina dobrada. Não rola.

O ambiente, entretanto, é fenomenal. Local agradável e gente bonita, a sós, em caterva e também em companhia.

Voltando à comida: a lanchonete salva-se pelos sanduíches abertos (monstruosos de grande!!) e as já famosas saladas (fizeram uma porção "pequena" que agora serve apenas 3 pessoas).

Cardápio e comida: nota 6.

Atendimento (incluindo o ambiente): nota 8.

Média: nota 7.

Picanha Brava

Ainda não muito popularizado, fica na esquina da Iguaçu com a Castro (rápida para o Portão).

Piece de resistànce, picanha. Com diversos molhos, mas sempre picanha. Muito embora também sirvam mignon, linguiça defumada, etc, etc.

Na prática, muito meia boca: carne totalmente fora do ponto e sem sal, batata frita encharcada, etc.

O atendimento é sensacional, eu reconheço. Mas não vou a um restaurante para me tornar brother do garçom. Vou para comer (a comida, não o garçom, seus imundos).

Cardápio e comida: nota 5.

Atendimento: nota 8.

Média: nota 6,5.

Ervin

Aos que não sabem onde é, fica na Mateus Leme, esquina com a Brasilino Moura (rua da nova sede da OAB).

O Mignon T-Bone continua fantástico. Tempero, ponto e maciez, tudo na medida.

Churrasco feito no estilo de quando eu era criança e não existiam os cortes ultra-especializados ("ponta de picanha", "filé argentino", etc).

A famosa maionese, entretanto, decepciona. A minha é melhor e mais gostosa.

O cardápio é a la carte, o que dificulta a apreciação de todas as opções.


Cardápio e comida: nota 8.

Atendimento: nota 5
(não é ruim, mas é meio tosco).

Média: nota 6,5.

Devon's

O buffet de saladas e frios (que já foi famoso) já não merece fama alguma. Nem parmesão inteiro (para raspar bloquinhos) tem.

As carnes sem sal e, nos cortes mais "fortes" (carneiro, alcatra, etc), sem tempero.

Mesmo a picanha, mal preparada. Feita só no sal grosso (não que isso seja defeito necessariamente), sem o corte e montagem adequada, fica com gosto de morcela.

Conseguiram estragar até a ponta de picanha (dura e, para variar, com pouco sal).

Salva-se, como exceção (deveria ser o ponto de louvor e não a exceção), o mignon com bacon: tempero leve, saboroso e suculento, carne no ponto.

Nem o abacaxi salva a lavoura. Pouco assado, não sai o azedume. E é servido sem canela.

Cardápio e comida: nota 4.

Atendimento: nota 7 (garçons atenciosos mas sem concentração).

Média: nota 5,5.

Badida

A Badida (churrascaria a la carte) é excelente, mesmo, mas infelizmente a opção de serviço deles (o "prato do dia" que pega 80% dos pedidos) torna-o uma espécie de "restaurante de PF vitaminado e com qualidade".

Perde um pouco do estilo, se é que você me entende...

Mas a carne, reconheço, é maravilhosa.

A princípio, atendimento meio desatento, meio que "desinteressado". Depois de uma intimada, eles melhoram.

A alcatra no ponto (famoso "Alcatrão" dos anos 70, com maminha e picanha) é fantástica.

No couvert, pães caseiros deliciosos.

Tempero na medida, carne bem quente, ponto adequado.

A "farofa especial" é, na verdade, um ovo mexido com um pouquinho de farinha.


O atendimento a la carte torna o cardápio um pouco limitado, a não ser que se gaste horrores (pedindo meio prato de tudo que está no menu). Os acompanhamentos, salvo exceções, são muito bons.

Cardápio e comida: nota 8.

Atendimento: nota 7.

Média: nota 7,5.

Ponta de Costela

Primeira, máxima e melhor recomendação.

Ponta de Costela, do meu amigo Sergião (Paulo Sergio Reikdal).

Rua Toni Buso, número 120.

Vá pela Kennedy, sentido Mal. Floriano e, logo antes de chegar nesta, entre à direita (ou seja, é uma rua "atrás" da Mal. Floriano).

Você será levado a um outro estágio de felicidade em seu estômago. Se você conhecia costelinha borboleta, eu te corrijo: você ACHAVA que conhecia.

E, se não conhecia, passará a ter o inefável prazer da melhor costelinha borboleta. By far.

Costelinha borboleta, diga-se de passagem, que é criação e tradição curitibana.

Cardápio e comida: nota 9 (porque é pouco abrangente - sobram tipos de preparação de costela, mas falta picanha, muito embora sirva também filé argentino, barreado, dobradinha, etc).

Atendimento: nota 9 (só não é 10 porque a rusticidade passa um pouquinho do desejável; entretanto, o calor humano e a simpatia serão inigualáveis).

Média: nota 9.

O início de tudo!

Pois bem, mais um ousado curitibano se lança ao mundo da cozinha.

Nem tanto da cozinha (do blogueiro propriamente dita), pois certamente o que este blog mais fará será avaliar o que outras casas estarão a oferecer, mas certamente falando de comida o tempo todo.

Se parte de alguns pressupostos:

1) Curitiba é onde mais e melhor se come no país (ênfase tripla no "mais");

2) Prato sem carne fica devendo ab initio, data venia o poder das massas;

3) Se você não me abandonou até aqui, o item anterior denuncia que se trata de um advogado falando / escrevendo;

4) Minha picanha, até prova em contrário, é a undisputed and undefeated champion of the city - ninguém prepara uma picanha melhor que eu.


Se, após estes quatro pressupostos, você não me abandonou nem me achou arrogante ou chato demais, está desde logo convidado a se juntar a mim nessa aventura pelos restaurantes, bocas livres, botecos e congêneres da melhor cidade do país - Curitiba, feita por curitibanos para todos os que a amarem.